quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

JÂNIO DE CARVALHO DESABAFA E DIZ PRA QUEM TIRA E NÃO TIRA O CHAPÉU


O produtor Jânio de Carvalho resolveu abrir seu coração e conta com exclusividade ao nosso blog algumas curiosidades de sua trajetória de sucesso no show business baiano. Jânio começou sua carreira como dançarino do grupo de dança “Chama”, sua desenvoltura coreográfica lhe rendeu convites para ministrar aulas de ritmo e dança na UNES – União Nacional de Estudantes Secundaristas – em Natal-RN, em Três Corações-MG e no projeto Axé em Salvador, a convite do bloco afro Muzenza e até no Rio de Janeiro, na favela Manguinhos a convite de José Júnior, Presidente da ONG Afro Reggae. Criou a Companhia de dança “Swing Brazil” e foi o primeiro produtor dos grupos Nossa Juventude, Bicho que Bole e Pura Paixão (de onde surgiu o cantor Alex Max, hoje sucesso em todo o país com o Saiddy Bamba). Respeitado no meio do pagode, Jânio  estimulou o cantor Mário Brasil a deixar o Swing do P e investir num projeto próprio, surgindo assim o "O Troco" que no inicio o teve como divulgador. Hoje, Jânio atua como produtor de eventos, diretor do afoxé Filhos de Gandhy, culinarista (o homem cozinha como ninguém) e é colaborador do programa “Pagodaço” de Adriana Silva, na Itapoan FM.







Quem é a maior estrela, o maior nome do pagode baiano hoje e por quê?

Xanddy. Por que além de reconhecer todas as pessoas que trabalharam com ele, iniciou uma nova era no pagode feito na Bahia. Respeita e reconhece todos aqueles que lutam por esse movimento e também os que o ajudaram no início da carreira. O primeiro programa de televisão nacional que o Nossa Juventude participou foi o “Canta e Dança” de Carla Perez no Sbt. O Xanddy me ligou e perguntou no que poderia ajudar o grupo.Nunca esqueço disso, sou muito grato pelo presente que ele nos deu, uma atitude nobre com uma banda que poderia ser vista como concorrente.

"Tem pessoas em nosso meio que cospem no prato que já comeram, esquecem de quem as ajudou no inicio de tudo"

Qual conselho você daria para quem está começando, visto quê a cada dia surge um novo talento pelas ruas de Salvador?

Para estudar bastante música e mostrar pra que veio. Chega de imitações e estrelismo. Salvador tem talentos suficientes para lançar artistas de qualidade a cada dia. No início de minha carreira foi tudo muito difícil, mas, acreditei em meu sonho, tive perseverança e consegui vencer. Quero enfatizar uma coisa: Para produzir um trabalho artístico e cultural tem que conhecer onde está pisando. Existem produtores e “produtores” espalhados por aí.É preciso acabar com o amadorismo,busquem a profissionalização, a organização. Talento sem administração não decola.

"Existem produtores e "produtores", é preciso acabar com o amadorismo".

Qual o momento que mais te marcou nesses anos de carreira?

A maior emoção pra mim foi ter conhecido o Belo no momento mais difícil de sua vida e carreira. Foi durante uma homenagem que o Gandhy fez pra ele. Ele deu um show de humildade.

"Não tiro o chapéu para Mário Brasil".

Gostaria de fazer algum desabafo?

Sim. Quero dizer que um mestre sempre será um mestre. Fico triste com algumas pessoas que se esqueceram de seu passado, suas origens. Existem pessoas em nosso meio que cospem no prato que comeram, esquecem de quem as ajudou como ser humano e artista no início de tudo.

Fico triste pela falta de reconhecimento de algumas pessoas que fazem o pagode. A música é universal, mas, o sucesso é passageiro. Se não tiver um trabalho de qualidade e pesquisa musical, nosso pagode corre o risco de ser esquecido.

Para quem você tira o chapéu?

Xanddy, Alex Max (Saiddy Bamba), Rubinho (Oz Bambaz), Bambam (Sam Hop), Lú Costa (Som Virado), Léo (Parangolé), Igor (A Bronkka) e Márcio Victor (Psirico).


Pra quem você não tira o chapéu?

Mário Brasil (O Troco).

Por quê?

Por que meu chapéu furou e prefiro não comentar (risos)

Foto: Arquivo pessoal

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